Postado por : Joathã Andrade sábado, 20 de julho de 2013


Sinopse :
Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século 20, "A Revolução dos Bichos" é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista. De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos - expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História - mimetizam os que estavam em curso na União Soviética. Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram A revolução dos bichos a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto. 

Resenha:
Esse livro é simplesmente uma verdadeira obra-prima de Orwell. Foi escrito em um contexto da Segunda Guerra Mundial, o livro consiste em uma fábula simples, curta e absolutamente precisa sobre os problemas do marxismo quando posto em prática e o mito soviético. Longe de se limitar aos velhos chavões imperialistas, o livro mostra os principais vícios do capitalismo que permaneceram na sociedade soviética, em sua tentativa de emancipação do homem. É bem verdade que, por sua simplicidade, o livro torna-se atraente para todo e qualquer público, independentemente da idade e de seu nível intelectual. 
Os animais de uma granja percebem o quanto são explorados e mal cuidados depois que um porco perto da morte abre seus olhos a respeito das suas forças e capacidade de gerir a granja. Depois da morte do porco a rebelião acontece. Os animais tomam a granja e os humanos fogem de lá, os porcos seguem liderando todo o movimento, dividem melhor o trabalho, determinam hora para lazer, seguem um lema “quatro patas bom, duas patas ruim”, mas é claro que nem tudo são flores e aos poucos a liderança dos porcos começa lembrar muito a dos humanos, ou pior.
A obra que foi publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, o desconforto era inevitável uma vez que às semelhanças com a ditadura stalinista estava óbvia demais. Napoleão o porco líder representa Stálin, Bola-de-neve um porco que foi banido é Trotski, os cavalos que trabalham demais são o proletariado. O escritor não deixou escapar nada. Para os leitores que conhece mesmo que só um pouco dessa época da história consegue identificar facilmente as características da tentativa de implantar o comunismo e o falso igualitarismo “todos os animais são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros”. O final é incrível! Muita genialidade do Sr. George Orwell. 
Para mim uma boa forma de se compreender os principais problemas do socialismo russo é perceber que, na revolução dos bichos há a mesma falha que vivenciaram os soviéticos: Não há um interesse dos governos em criar uma massa crítica e inteligente o suficiente para ser guiada por si mesma. A ideia por detrás do Socialismo de Estado é que a massa trabalhadora não é capaz de guiar-se sozinha em virtude de sua ignorância. É dever do Estado, portanto, guiá-las eternamente. No fim das contas os animais percebem que, afinal, não existe grande diferença entre ser explorado por humanos e porcos (ou por capitalistas e um Estado opressor). 
A grande sacada é compreender que, mais importante do que a revolução e a libertação do capital, é buscar a libertação do homem. Sua emancipação deve ser o objetivo final de qualquer revolução que se pretenda socialista. 

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