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- Resenha - Os dias do cervo - A saga dos confins - Livro 1 - LilianaBodoc.
Postado por : Joathã Andrade
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
“O Bruxo da Terra andava descalço pela floresta. Não tinha criados e sua casa era uma caverna em algum lugar das Maduínas”.
Sinopse:
Um livro provocador que se perde pelos caminhos de um mundo desconhecido e repleto de aventuras. Primeiro volume da trilogia ‘A saga dos confins’, neste livro conhecemos o mundo imaginário denominado As Terras Férteis e a saga dos moradores d´Os Confins, os husihuilkes. Escrita pela argentina Liliana Bodoc, a trama é centrada em uma batalha entre os povos das Terras Férteis e os povos Misáianes.
A obra, que marcou a estreia da autora na literatura, foi muito bem recebida pela crítica e público na América Latina, tendo sido premiada na feira de livros de Buenos Aires. Ideal para fãs do gênero, a série mistura fantasia e ficção histórica em uma linguagem poética.
A obra, que marcou a estreia da autora na literatura, foi muito bem recebida pela crítica e público na América Latina, tendo sido premiada na feira de livros de Buenos Aires. Ideal para fãs do gênero, a série mistura fantasia e ficção histórica em uma linguagem poética.
Resenha:
E aconteceu há tantas eras que não resta dela nem o eco da lembrança do eco da lembrança…”
É assim que Liliana Bodoc nos apresenta os fatos que serão narrados na Saga dos Confins. ‘Os Dias do Cervo’ é o primeiro volume de uma trilogia que narra a luta dos povos das Terras Férteis contra Misáianes, a força maléfica da Terra Antiga.
Misáianes é o filho da Morte, nascido contra as Grandes Leis que regem o mundo criado por Bodoc. Ele também é retratado como a “chaga” pela qual o Ódio Eterno, que sempre quis acabar com as criaturas, pode existir no mundo destas e empreender seu objetivo.
As Terras Antigas e as Terras Férteis estão separadas pelo grande mar Yentru e da Terra Antiga não se sabe muito, mas as Terras Férteis, essas nos são apresentada com tal riqueza de detalhes que é possível imaginar o cenário em que a história se desenrola. Conhecemos os husihuilkes, um povo guerreiro do sul que tem forte ligação com a floresta, os zitzahays, os pastores, os senhores da terra do sol. Cada qual com seus próprios costumes, sua aparência e sua língua, mas que perante o grande mal que ameaça a existência da vida nas Terras Férteis precisam se unir, aprender a aceitar as diferenças e lutar por uma causa comum.
O mundo tem como base o continente americano (apesar da topografia ser totalmente fictícia) e é possível perceber isso no clima, no nome dos lugares e na representação dos povos como por exemplo os husihuilkes e seus cabelos escuros e lisos ou o povo da Terra do Sol e suas roupas ornadas em ouro. Ponto para Bodoc que soube criar um mundo fantástico fugindo do convencional e com isso carregou sua obra com uma identidade singular, com a qual os leitores sul-americanos decerto apresentarão grande identificação.
Mas as semelhanças param por aí. Alguns chegam até a sugerir que a obra de Bodoc seja na verdade uma releitura sobre os acontecimentos históricos do descobrimento da América. Com os povos da Terra Antiga representando os colonizadores europeus, suas armas de fogo e as doenças responsáveis pela dizimação de muitos povos sul-americanos.